19/02/2012

Sucesso em abrigos para cães abandonados – Alexandre Rossi


Amigos,

Reproduzo este artigo do Alexandre Rossi, encontrado no site da sua empresa, a Cão Cidadão, com a intenção, principalmente, de compartilhá-lo com os protetores de animais e representantes de ONGs e abrigos para animais, para que todos reflitam a respeito das considerações que ele faz.

Como o Alexandre cita no texto, eu sou um que gostaria de adotar todos os animais abandonados e vítimas de maus-tratos, ou qualquer tipo de sofrimento, do mundo. Assim como sei que a maioria dos protetores e responsáveis por abrigos gostaria de fazê-lo. Provavelmente, se eu tivesse um, dificilmente resistiria a recolher cada um que cruzasse o meu caminho. Minha família peluda chegou ao “irresponsável” número de nove (eram dez quando a Shana, minha cadelinha mais velha, era viva), por minha irmã e eu não termos resistido a cuidar destas crianças. Mas, pensando pelo lado lógico que o Alexandre explana muito bem, conseguir conter o ímpeto do coração e recolher apenas o número de animais aos quais possa se dar alguma qualidade de vida e, assim, apresentá-los saudáveis, em um ambiente que possa ser visitado pelos possíveis adotantes, aumenta muito as chances de eles serem adotados.

Um abraço e boa semana,

Reginaldo.


Sucesso em abrigos para cães abandonados – Alexandre Rossi
Revista Cães & Cia, no. 323, abril de 2006.

A problemática dos abrigos para animais abandonados é analisada por Alexandre Rossi, que acumulou conhecimentos sobre eles estudando-os e visitando-os em vários países, patrocinado pela Federação das Universidades para o Bem-Estar Animal (UFAW).

Sonho de criança
Amantes dos animais sofrem desde a infância ao vê-los abandonados. Muitos querem adotar todos os cães sem lar que existem! Mas a realização desse sonho passa por várias dificuldades. Consegue-se abrigar uma quantidade ínfima da população canina abandonada. Cães alojados juntos se envolvem em brigas que podem acabar em morte. Falta verba. Surgem problemas com vizinhos. Há dificuldade para conseguir um lar para os cães, etc. Sem ter uma idéia clara das dificuldades, dos problemas e das limitações, a realização desse sonho pode se transformar facilmente em pesadelo para todos os envolvidos.

Sofrimento com a melhor das intenções
É comum encontrarmos abrigos de cães em péssimas condições, sujos, com fezes e urina por toda parte, com excesso de cães para o espaço, com animais doentes sem tratamento e até sem ter o que comer. A princípio parece estranho, pois a idéia é salvar os animais e lhes dar vida digna. Portanto qual a explicação? Aprendi que a maioria das pessoas que investe no sonho de ter um abrigo sofre tanto em ver qualquer animal abandonado que não consegue deixar de resgatá-lo. A dor e a emoção dominam a lógica e mais um cão é levado para o abrigo. O raciocínio é que onde comem cinco, comem seis! Como o número de cães abandonados no Brasil supera a capacidade de qualquer abrigo, o "coração de mãe" (sempre cabe mais um) se torna uma armadilha. E, aos poucos, a superpopulação do abrigo passa a ser vista como normal.

Bola de neve
Para piorar, quanto mais deteriorado for o estado dos cães no abrigo, mais difícil fica encontrar quem os queira adotar. Um local fedido, com cães doentes e machucados, pode repelir os interessados. O próprio responsável pelo abrigo fica constrangido e evita visitações. Às vezes, a pessoa que quer adotar um cão fica impedida de interagir com ele, pois as chances de saírem brigas com os demais são enormes.

Proposta de alguns abrigos reconhecidos mundialmente
Em minhas visitas a abrigos de vários países, constatei nos "melhores" algumas semelhanças na maneira de agir e de pensar dos proprietários. Esses abrigos são tratados como "empresas", com diretrizes e missão bem claras. Atitudes que desviam a empresa da sua missão devem ser descartadas, pois podem prejudicar o projeto ao longo do tempo. A frieza para abrir mão de "salvar" mais um cão geralmente não combina com o temperamento dos fundadores do abrigo. Por isso, essas pessoas se associam a "administradores" que não podem perder de vista a qualidade mínima de vida desejada para os animais do abrigo. Os parâmetros de bem-estar, de população máxima, etc., devem ser fixos, caso contrário os limites se perdem aos poucos diante das novas situações. Entender a nossa fragilidade emocional e adotar atitude preventiva é fundamental para o sucesso do abrigo.

Missão dos abrigos
Normalmente é consenso que os abrigos devem ser um lar provisório para animais com chance de ser adotados. Portanto a missão desses estabelecimentos é arrumar lar para o maior número possível de cães. Claro que não adianta o cão ser adotado para logo depois ser abandonado novamente ou ter vida pior do que a que levava no abrigo. Com o objetivo primordial claro, outras decisões ficam mais fáceis do ponto de vista lógico, o que não significa que a parte emotiva da sociedade não sofra cada vez que for impedida de trazer mais um cão para o abrigo.

Experiências bem-sucedidas
Para conseguir maior número de adoções definitivas, os abrigos têm avaliado o temperamento e o comportamento dos cães e dos futuros proprietários, além de instruir estes últimos sobre cuidados básicos e problemas comuns. Pessoas que não têm firmeza, por exemplo, são aconselhadas a adotar cães com quase nenhuma tendência à agressividade. Em alguns lugares, como no abrigo Battersea, na Inglaterra, adotar um cão é semelhante a passar por uma entrevista de trabalho.

As visitações aumentam quando o ambiente é limpo e agradável. Alguns abrigos têm até quadros nas paredes, como o Woodgreen Shelter, também na Inglaterra. Concluíram que quanto mais gostoso o ambiente, maiores as chances de os cães serem adotados. Levar as crianças ao abrigo é semelhante a levá-las ao zoológico -- podem ler histórias dos cãezinhos, brincar com eles e até levá-los para passear. Obviamente, após essa interação mais intensa, muitas adoções ocorrem.

05/02/2012

Experiências vividas com cachorros liberam a oxitocina, hormônio da paixão e da amizade.


Boa tarde, amigos.

Eu havia visto no Facebook, e hoje encontrei sua fonte original no site do Terra, este interessante artigo que parece explicar, pelo menos em parte, a sensação agradável que todos nós, que amamos nossos animais, sentimos quando estamos curtindo-os. Quando vi, uma das primeiras coisas que pensei foi em compartilhar com vocês. Espero que vocês gostem tanto quanto eu!

Um abraço,

Reginaldo.


Adotar um cão como animal de estimação é semelhante a ter filhos, afirmam cientistas. As experiências emocionais vividas pela companhia dos cachorros são equivalentes às da paternidade, segundo aponta uma pesquisa publicada na última edição da revista Hormones and Behaviour. As informações são do jornal britânico Telegraph.

Os pesquisadores descobriram que quando donos de cachorros brincam com os animais, liberam um hormônio ligado à sensação existente no cuidado infantil. Chamado de oxitocina, o hormônio está associado ao sentimento de amor, amizade e paixão, atenuando o estresse e a depressão.


A descoberta foi feita por estudiosos da Universidade de Azuba, no Japão, que recrutaram 55 pessoas. Os voluntários tiveram os níveis de oxitocina da urina analisados 30 minutos após brincarem com seus animais de estimação.


Os cientistas também verificaram a influência do contato visual dos proprietários de cães na liberação do hormônio. Nos testes, metade dos voluntários permaneceu cerca de 20 minutos sem poder olhar diretamente para seus bichos, Em seguida, eles puderam olhar nos olhos dos seus animais.


Após o experimento, os cientistas constataram que o nível de oxitocina dos voluntários havia aumentado em cerca de 20% apenas dois minutos e meio após voltarem a ter contato visual com seus bichinhos.


Com base na avaliação, Takefumi Kikusui - que realizou a pesquisa em parceria com o biólogo Miho Nagasawa -, disse que um aumento no nível do hormônio poderia explicar porque brincar com cães pode melhorar o humor e até mesmo atenuar os sintomas de ansiedade e depressão.


Acredita-se que a oxitocina pode ter desempenhado um papel fundamental na domesticação de cães e lobos, cerca de 15 mil anos atrás. "A razão que me fez essa investigação é porque eu sou um grande amante de cachorros e senti que algo muda no meu corpo quando eu estou em contato com meu cão", afirmou Kikusui.


"Talvez durante o processo evolutivo, seres humanos e cães tenham vivido juntos para compartilhar experiências sociais, tais como o contato visual e gestual. É por isso que cães podem adaptar-se à sociedade humana", complementou o cientista.


Um estudo anterior descobriu que os seres humanos aumentam os níveis de oxitocina ao olharem para fotografias de pessoas queridas com mais freqüência.