17/11/2013

Algumas Coisas em Que se Pensar Antes de Dar um Cão Para Um Idoso.



Uma situação triste, que ocorre em muitas, se não na maioria das famílias é que, em dado instante, um ou alguns dos seus membros mais velhos acabam ficando sozinhos por diferentes circunstâncias. Neste instante, muitas vezes, algum parente (filhos, netos ou outros), diante da impossibilidade do idoso viver em família, resolve presenteá-lo com um cão, para lhe fazer companhia. E aí, ao invés de uma solução, cria-se um problema. Talvez, muitos que leiam este texto não vão compreender o que eu quero dizer ou até me achar cruel. Mas o que eu vou dizer aplico também a mim, além de ter um exemplo na minha própria família, além dos que encontro quando me chamam para adestrar o cão de um idoso.

Por melhor que seja a intenção das pessoas da família, muitas não pensam antes de escolher um companheiro para o seu(s) idoso(s). A coisa já começa errada quando muitos escolhem um filhote, pelo preconceito sem sentido de achar que um cão adulto ou idoso não pode aprender. Errado! Enquanto um cão está vivo, ele é capaz de aprender! Apesar de, naturalmente, um filhote, em geral, ter mais facilidade para aprender, que um cão mais velho. Porém, uma desvantagem de se dar um filhote para uma pessoa idosa é que os filhotes tem muito mais energia para gastar que um cão adulto ou idoso e, na maioria das vezes, a pessoa idosa não vai conseguir atender a esta necessidade do filhote pelo próprio cansaço e problemas de saúde que surgem naturalmente com a idade. Isto vai causar problemas de comportamento do filhote, como automutilação, destruição de objetos da casa, excesso de latidos e até uma maior dificuldade para controlar as mordidas por brincadeira.

Um outro fator é que, seja filhote ou adulto, o idoso terá que educar o seu novo cão para que ele o obedeça e se adapte às rotinas da casa. Para isso, ele terá que ter paciência para educá-lo. Mesmo que ele tenha ajuda de outras pessoas da família para isso, ele será o principal responsável, se ele viver sozinho com o cão. E, amigos, todos sabemos que, com o avançar da idade, não é só a nossa disposição física que diminui, como também a paciência para muitas coisas e, para se educar um cão, além do amor e dedicação, paciência também é fundamental. Agora cito até um exemplo pessoal: minha mãe morava sozinha desde 2001. Em 2006, (na época eu ainda não adestrava), minha irmã decidiu dar a ela uma cadelinha de três meses, que tinha sido abandonada no trabalho dela. Apesar de a minha mãe, na época com 66 anos, ter gostado da cadelinha, não teve paciência para educa-la e, três semanas depois, ela veio se juntar às minhas outras filhas caninas. Para sorte dela, eu e minha irmã pudemos ficar com ela. Muitas pessoas na mesma circunstância abandonariam o cão, como quem se desfaz de um objeto quebrado.

O problema pode ser maior se, além do familiar optar por dar um filhote, escolher um de raças de grande porte e/ou que tem grande necessidade de atividades físicas (brincadeiras e passeios) para gastar energia. Aí, além das dificuldades de atender à maior necessidade de atividades de um filhote, o idoso terá mais dificuldade de manipular o cão, pelo tamanho dele e de sua natural fragilidade física. Imaginem um idoso, com dificuldade para se manter em pé, tentar evitar, por exemplo, que um Labrador ansioso e cheio de amor para dar, pule nele. Passear, então, dependendo do tamanho do cão, será tarefa praticamente impossível e os problemas devido à falta de atividade do cão surgirão. Mesmo que a pessoa contrate um adestrador (falo isso por experiência própria com clientes), vai demorar um pouco até que ele tenha total controle sobre o cão e, até obtê-lo, ele pode se machucar várias vezes. Muitos destes donos não terão paciência e disposição física para esperar que o cão seja educado e, aí, mais cães podem ser descartados nas ruas ou ONGs superlotadas, se não tiverem a sorte de encontrar outro dono. Eu falo isso porque já vi várias vezes, e não só com idosos, pessoas se arrependerem de ter comprado ou adotado um cão que não era compatível com o seu perfil.

Então, se você quer dar um cão para fazer companhia a um idoso da sua família, pense em escolher um cão de uma raça (ou vira-lata) de pequeno porte; de preferência, menos ativo e de comportamento mais calmo e que não tenha um perfil dominante (uma das vantagens de se adotar um cão adulto ou idoso é que se pode conhecer bem a personalidade dele, que já está formada) e, melhor ainda, se for um cão mais velho, de uma idade mais compatível com a do idoso. Vou explicar e aí, talvez, muitos me acharão cruel, mas penso o mesmo para mim: quando eu falo isso, estou pensando também no bem-estar do cão, pois, em geral, quando se dá um filhote ou um cão mais novo para um idoso, dependendo da idade e saúde deste, há grandes chances de o cão ter mais tempo de vida do que ele. Será que, quando ele partir, haverá alguém na família disposto a cuidar dele?! Uma boa alternativa de pet para um idoso, levando em conta tudo o que eu falei acima, pode ser um gato, que é um animal mais independente e exige menos esforço para a sua educação, salvo, ás vezes, alguns probleminhas pontuais.

Pensem a respeito e procurem entender que a minha intenção ao escrever este texto foi pensando tanto no bem das pessoas envolvidas, como dos cães. OK?

Um abraço,

Reginaldo Ribeiro.

16/11/2013

Você Gosta de Andar Com o Seu Cão Sob o Sol Quente?




Gosta?! Então eu acho que você não se importaria de andar descalço para descobrir o que ele sente. Ou você nunca pensou que a temperatura do chão nos horários em que o Sol está mais quente (na primavera carioca, por exemplo, a partir das 09:00 e até as 16:00) queima as patinhas dele e que uma caminhada mais prolongada, principalmente em horários em que ele está ainda mais quente (em torno das 11:00 até as 14:00) e no verão, que está chegando, pode leva-las ao estado das do pobrezinho da foto acima?

Eu sei que muitas pessoas não dão a mínima para isso! São egoístas demais para se colocar no lugar do próprio cão (já levei alguns desaforos falando com pessoas na rua sobre isso); outras são ignorantes (no sentido de ignorar um assunto) e não estão dispostas a ouvir para aprender; outras “não tem tempo para andar com o cão”, e há também aquelas que não querem gastar com sapatinhos, que podem evitar este problema. Naturalmente, se você mora em uma rua bem arborizada ou em que, na vizinhança, hajam ruas assim, fica mais fácil de escolher um horário e você pode dar preferência aos trechos com mais sombra, para passear com ele.

Bom, para os dois primeiros tipos de pessoas acima, a solução é mais difícil, pois não é fácil mudar a personalidade de um ser humano.

Para as que “não tem tempo para passear” e o fazem em qualquer horário “que dá”, independente do sacrifício que isso represente para o cão, com um pouco de esforço, com os membros da família se revezando, pode-se buscar alternativas de horários mais cedo ou mais tarde, quando o Sol não está tão quente, ou à noite. Inclusive, se pensarem que fazê-lo representará não só uma melhora na qualidade de vida do cão, permitindo que ele faça os passeios dos quais precisa, sem sofrimento, como da própria família, pois ele fará menos “artes” em casa, talvez se sintam mais estimuladas a encontra-las.

No entanto, se a pessoa realmente não tiver tempo, uma alternativa são os sapatinhos, como comentei acima, que podem ser encontrados em qualquer pet shop e que protege suas patinhas. Para as pessoas que não gostam de gastar com “besteiras” com seus cães, pensem que, além do sofrimento dele, o tratamento de queimaduras será muito mais caro.

Para as pessoas que tem cães muito agitados e tem dificuldade para colocar os sapatinhos, uma coisa que facilita é premiá-lo com petiscos e carinhos quando ele deixá-las calçá-los. Comece habituando seu cão a ter as patinhas manipuladas por você, pegando nelas, acariciando-as e apertando-as levemente, para simular os movimentos que você vai ter que fazer ao calçar os sapatinhos. Sempre que ele demonstrar calma, premie-o. Depois de fazer este treinamento algumas vezes, comece a colocar os sapatinhos, com calma, sem brigar com ele e premiando-o enquanto ele estiver deixando você calçá-los. Se você sair para a rua imediatamente após calçá-los, depois de algumas vezes ele vai entender que este, junto com o ato de pegar a coleira, são os sinais de que ele vai passear e, então, ele vai passar a amar os sapatinhos! Rsrs.

Naturalmente, quando se anda com o cão sob o Sol muito forte, ainda há o risco de ele sofrer uma insolação e hipertermia. Cães de qualquer raça correm este risco mas, principalmente, cães de pêlo muito longo e os de raças de focinho achatado, devido à maior dificuldade de perder calor para o ar, devido à sua respiração ser dificultada pelo formato do focinho.
Mais uma dica: se vocês ficarem em dúvida se o chão ainda está muito quente, façam o mesmo que eu: logo no início e em alguns pontos ao longo da caminhada, coloquem o dorso da mão no chão, para testar sua temperatura. E não deixem seus cães pisarem em objetos de metal, como tampas de bueiro, pois o metal se aquece mais do que o cimento. OK?

Um abraço,

Reginaldo Ribeiro.