Pet
30/01/2012
– Atualizado em 30/01/2012 – 12:00am
Segundo
médicos veterinários, os animais de estimação podem desenvolver praticamente
todas as enfermidades comuns às pessoas. São males como problemas cardíacos,
renais, hepáticos, articulares, cataratas, diabetes e alguns tipos de tumores
que podem estar associados à genética e idade do animal. No entanto, erros
cometidos pelos donos na alimentação e medicação dos bichos podem agravar e até
proporcionar o desenvolvimento de enfermidades.
Um
pedacinho de carne de churrasco aqui, um queijinho ali e mais uma fatia de pão.
O que para o ser humano é agrado, representa um perigo para o animal de
estimação. “Alguns animais têm sensibilidade intestinal a condimentos e os
alimentos humanos, além da obesidade, podem ocasionar diarreias e vômitos,
muitas vezes até com sangue”, alerta Vanessa Foloni Torres, médica veterinária
do Hospital Veterinário da Universidade Paulista (Unip).
Medicar os
animais sem a orientação de um profissional é outro erro grave. Os
anti-inflamatórios, por exemplo, podem ser tóxicos para os pets, principalmente
para os gatos, cujo metabolismo é mais sensível.
Quanto à
vacinação, muitos donos acreditam que a vacinação deve ser feita apenas em
filhotes, quando o recomendado é a aplicação anual da vacina antirrábica e da
V10, que é um conjugado de vacinas. “A vermifugação também é importante. Em
animais urbanos, a dose pode ser anual, já nos de chácara, a indicação é a cada
seis meses”, ressalta Vanessa.
“No caso
das doenças desencadeadas pela alimentação em excesso ou inadequada, como a
ingestão de doces e alimentos gordurosos, temos o diabetes, por exemplo. Mas é
claro que também existe o fator genético”, explica o médico veterinário Ricardo
Massaru Tomaoka.
Segundo o
veterinário, há rações específicas para cães com diabetes que podem ser
encontradas em clínicas veterinárias e em grandes lojas pets. Medicação via
oral e até a aplicação de insulina podem fazer parte do tratamento, dependendo
da gravidade do caso. “Agora, quando o dono não pode comprar a ração, que não é
barata, o veterinário pode propor uma dieta”, orienta.
No caso dos
gatos, Ricardo acrescenta que o controle da alimentação é mais difícil por
serem animais de vida mais livre que os cães, o que também torna o diagnóstico
mais complicado. “Muitas vezes quando os donos percebem a doença já está
avançada”.
Sintomas iguais
Os sintomas
são praticamente os mesmos em humanos e animais: emagrecimento, mesmo com
aumento de apetite, sede intensa e cansaço. Outra maneira de identificar o
diabetes é observar o local onde o animal tem o hábito de urinar. Em muitos
casos, a urina atrai formigas e outros insetos.
Contudo,
algumas doenças são mais difíceis de serem diagnosticadas e exigem exames mais
completos. Leia nesta página as principais características de algumas das
enfermidades que acometem os pets e que são familiares aos seres humanos.
Câncer
Você já
deve ter ouvido alguém dizer que o número de animais com câncer aumentou nos
últimos tempos. Contudo, especialistas alegam que o prolongamento da vida
proporciona mais tempo para que tumores e doenças senis se desenvolvam, como
acontece com as pessoas. E a expectativa de vida dos animais de estimação
aumentou. Se um cachorro chegasse aos 15 anos de idade era muito e eu já atendi
cachorro com 26 anos”, afirma o veterinário Ricardo Massaru Tomaoka.
Vanessa
Foloni Torres, médica veterinária do hospital da Unip também aponta a precisão
dos diagnósticos, que pode até ser precoce, como outro fator do aparente
aumento nos casos da doença. “Antigamente, o cão morria e, muitas vezes, os
donos nem sabiam o porquê”.
Segundo
Vanessa, ao contrário do que muitos acreditam, não há comprovação de que
substâncias presentes nas rações possam originar tumores. “O que é comprovado é
que alguns tumores diagnosticados nas fêmeas, como os de mama, são mediados por
hormônios e podem, sim, ser evitados com a castração”.
A
veterinária ainda ressalta que há comprovação de que a castração, antes do
primeiro cio, reduz a zero as chances da cadela ter câncer de mama quando
adulta. Outro problema também evitado com a castração é a piometra, uma
infecção cujo tratamento é a retirada de útero e ovários. “A vacina anticio, aplicada
de maneira errada, por provocar a piometra no futuro”, explica a veterinária.
Olhos
A catarata
e o glaucoma são os problemas mais frequentes. “Na realidade, um conjunto de
coisas causam esse tipo de enfermidade. O glaucoma, por exemplo, é um derramamento
de sangue dentro do olho que pode ser provocado por um aumento de pressão, e a
diabetes pode ser uma das causas”, explica o veterinário Ricardo.
Já a
catarata pode ser uma condição genética ou mesmo provocada pelo uso
indiscriminado de remédios. “Já vi catarata provocada por aplicação de Ivomec”,
relata ele. Há possibilidade de cirurgia e os sintomas podem ser observados
pelo dono. Normalmente, um animal com catarata olha meio de lado, esbarra nos
objetos e apresenta o miolinho do olho branco.
Hepáticos e depressão
Segundo
Ricardo, boa parte dos problemas hepáticos em animais de estimação tem como
causa a alimentação, com muito tempero e gordura, e o uso indiscriminado de
medicamentos, com doses erradas ministradas por tempo incorreto. “Os animais
não estão preparados para ingerir comida pesada. Tudo isso afeta o fígado, que
age como um filtro”.
O
chocolate, por exemplo, contém substâncias que não são metabolizadas pelo
organismo do cachorro, o que pode causar séria intoxicação. Outro alerta do
veterinário é para o uso de antibióticos em gatos. “Alguns deles têm reação
contrária e pode até matar esses animais”.
Os animais
de estimação também sofrem com problemas comportamentais, muitas vezes até
mesmo por passarem muito tempo presos e sozinhos. Os cães, por exemplo, são
animais que gostam muito do convívio com humanos. Entretanto, é preciso atentar
para o desânimo do bicho, já que ele pode sinalizar enfermidades.
Artrite e artrose
Normalmente,
são os animais de grande porte e de idade avançada os que mais sofrem com
problemas articulares, por propensão genética e, principalmente, por causa do
peso. Já os poodles desenvolvem tais problemas pelo hábito de pular e até andar
em duas patas. Os cães passam a mancar e a andar com os joelhos para fora ou
para dentro. Segundo veterinários, a maioria dos tratamentos é indicada para
amenizar a dor e o atrito.
Coração
De acordo
com a veterinária Vanessa Foloni Torres, que também é especialista em
cardiologia, o cão não tem infarto, como muitas pessoas acreditam, mas sim
doença de válvula cardíaca que aumenta o coração. Degenerativa e mais comum em
cães idosos, os sintomas são: tosse, cansaço, intolerância à atividade física,
língua roxa e desmaios em alguns casos.
A
veterinária explica que em cães de grande porte, como o dogue alemão, boxer e
doberman, entre outros, é comum o desenvolvimento de doenças de músculo
cardíaco, ou seja, o coração dilata e fica grande. Já em raças pequenas, como
maltês, pinscher e yorkshire, o mais comum são os problemas de válvula
cardíaca, que começa a falhar e o coração também aumenta.
Fonte:
https://www.cfmv.gov.br/pet/comunicacao/noticias/2012/01/30/