29/08/2010

Tosse dos Canis - Traqueobronquite Infecciosa Canina


A Traqueobronquite Infecciosa é uma enfermidade de cães que ataca o sistema respiratório dos animais, produzindo crises de tosse, deixando os proprietários com a impressão de que estão com algo trancado na garganta.

Trata-se de uma doença que aparece sem avisar, não proporcionando ao proprietário indicio nenhum do problema antes dele se instalar. Pode atingir animais de diferentes faixas de idade, tendo como característica episódios de tosse associados a dificuldade respiratória em menor ou maior intensidade.

Os agentes causadores desta doença são:
Adenovirus tipo 2
Parainfluenza vírus
Bordetela bronchiseptica

Os animais mais susceptíveis à Tosse dos Canis são os filhotes recém desmamados, dentre os adultos os debilitados pôr outras doenças, como verminoses, submetidos a stress, como viagens longas confinamentos em clinicas, hotéis, caixas em exposições, alimentações inadequadas, anemias etc...

A doença e altamente transmissível pôr aerossóis (pequenas gotas eliminadas pêlos espirros) e os animais apresentam os primeiros sintomas entre 3 a 10 dias após a infecção podendo persistir com os sintomas 3 a 4 semanas.

A Bordetelose pode atingir 15 espécies animais diferentes dentre elas o próprio homem. Por este motivo o controle desta doença é importante para a saúde dos animais proprietários e veterinários.

Fatores ambientais como, produtos de limpeza a base de formol, poeira, alterações bruscas de temperatura também podem predispor os animais a crises de tosse favorecendo a penetração de microorganismos da tosse dos canis.

A irritação das narinas podem facilitar a penetração dos micróbios existentes no chão, na terra e complicar produzindo uma secreção purulenta pelo nariz. Nestes casos se faz necessário a aplicação de antibióticos, principalmente quando estes animais apresentarem falta de apetite, febre, apatia e perda de peso.

Recomenda-se a imunização dos filhotes através do uso de vacinas intranasais a partir de 8 semanas de idade com revacinação anual. As vacinas injetáveis disponíveis hoje no mercado, alem de não oferecerem proteção contra o Adenovirus tipo 2 sabidamente não apresentam papel importante na proteção das mucosas nasais dos animais. Além disso necessitam a aplicação de 2 doses com intervalo de 15 dias para que produzam o efeito desejado.

Quem tem o seu pet de estimação ou tem criação deve se atentar a esta doença que veio para ficar, infelizmente, procurando adotar como rotina a vacinação anual de seus animais.

Dr. Antonio Carlos Uhr
Médico Veterinário

Fonte:

21/08/2010

Leishmaniose. O Extermínio de Cães no Brasil, Tratamento e Prevenção

Amigos e amigas,

O texto a seguir foi divulgado em um seminário da ARCA Brasil, de 2008. Nele é abordada a questão do extermínio de milhares de cães, de rua ou mesmo com donos, por serem portadores de Leishmaniose, devido à uma portaria absurda dos Ministérios da Saúde e da Agricultura. A seguir vocês poderão ler uma reportagem, do Correio Braziliense, de 28/11/2008, com uma entrevista com a presidente da Sociedade Protetora dos Animais, Simone Lima, onde vários aspectos importantes são abordados e, ao final, duas imagens com informações sobre o tratamento e dicas para prevenir a Leishmaniose.


Texto divulgado no seminário da ARCA Brasil:


Governo Federal condena milhares de cães à morte

Cães contaminados com o protozoário causador da Leishmaniose, doença grave que atinge seres humanos e animais, estão fadados à morte. Isso porque uma portaria (N˚ 1.426, de 11 de julho de 2008) editada pelos ministérios da Saúde e da Agricultura proíbe a utilização de medicamentos (de uso humano ou não) para o tratamento.

Cães contaminados com o protozoário causador da Leishmaniose, doença grave que atinge seres humanos e animais, estão fadados à morte. Isso porque uma portaria (N˚ 1.426, de 11 de julho de 2008) editada pelos ministérios da Saúde e da Agricultura proíbe a utilização de medicamentos (de uso humano ou não) para o tratamento. O texto não cita explicitamente a execução dos cães, no entanto, sem acesso às drogas a alternativa que resta para veterinários, agentes de saúde pública e proprietários é a "eutanásia".



A ARCA Brasil, organização não-governamental que promove o bem-estar e o respeito aos direitos dos animais, rechaça veementemente esse posicionamento do governo brasileiro, considerado arbitrário e sem embasamento científico. Segundo a portaria, não existe até o momento fármacos ou terapias que garantam a eficácia do tratamento canino, bem como a redução do risco de transmissão. Essa argumentação é falsa e facilmente rebatida pela comunidade internacional de médicos veterinários.




 “A falta de capacidade do governo para enfrentar adequadamente o problema é latente. Ao invés de investir em políticas públicas de prevenção, como o combate ao mosquito transmissor, parece ser mais fácil editar uma norma nazista que não deixa saída para o melhor amigo do homem", afirma o presidente da ARCA Brasil, Marco Ciampi.

Em cidades que apresentam epidemia de Leishmaniose a população canina está sendo dizimada. Campo Grande (MS) é um exemplo. De acordo com a veterinária e advogada Maria Lucia Metello, entre 40% e 50% dos animais já foram sacrificados. "Hoje é praticamente impossível fazer campanhas de adoção. Faltam cães disponíveis e até casos de furtos já tomamos conhecimento", diz.
São várias as opções de tratamento e prevenção disponíveis, lembra o professor de medicina veterinária da PUC de Belo Horizonte, Vitor Ribeiro. "A eutanásia deve ser o último recurso."

Por que, então, o governo brasileiro tomou essa atitude? Uma série de perguntas precisam de respostas:
- Na Europa existem medicamentos para o tratamento da Leishmaniose canina e que apresentam resultados bastante satisfatórios. Por que não incentivar a importação ou a produção local?

- A droga para tratamento da Leishmaniose humana está disponível no Brasil e é barata. Por que proibir o uso?

- O mosquito é o único transmissor do agente causador da Leishmaniose. O cão, assim como diversos outros animais, atua apenas como hospedeiro. Por que não concentrar os esforços na eliminação do inseto?

- Está disponível no mercado brasileiro uma vacina veterinária que previne a doença. Em áreas endêmicas, estudos indicam que o índice de proteção chega a 95%. Por que não promover campanhas de vacinação em massa, assim como é feita para a Raiva?

- Diversos produtos, desde inseticidas até coleiras que liberam repelentes, estão disponíveis e ajudam a proteger o cão do mosquito transmissor. Por que não incentivar o uso?
- É consenso entre a comunidade científica que um dos principais desafios impostos pela Leishmaniose é o diagnóstico, já que ainda não existe um método que garanta 100% de certeza. Por que, então, condenar à morte cães que podem nem estar com a doença?

- O médico veterinário é o profissional capacitado para decidir o melhor tratamento para o seu paciente. Por que lhe tirar esse direito?



Reportagem do Correio Brasiliense

Um dos bairros mais nobres da capital federal está ameaçado pela leishmaniose. Dos 6.132 cachorros examinados no Lago Norte, 1.093 apresentaram resultado positivo para o protozoário causador da doença, o que representa 17,8% dos animais. O inquérito sorológico, realizado pela Secretaria de Saúde, foi concluído esta semana e deixou as autoridades sanitárias em alerta. Se o mosquito transmissor sugar o sangue de um cão doente e em seguida picar o homem, pode haver contaminação. A leishmaniose atinge as vísceras e é fatal, especialmente em crianças e idosos. Para evitar casos humanos, a recomendação oficial é que os animais doentes sejam sacrificados. Hoje à noite, moradores vão se reunir com representantes do governo e do Ministério Público para discutir uma solução para esse grave problema de saúde pública.

O encontro para definir uma estratégia de combate à doença será hoje, a partir das 19h30, no auditório do Colégio do Sol (CA 6 Lote A). A disseminação da leishmaniose no Lago Norte causa preocupação entre os moradores. Os consultórios veterinários da região estão lotados de proprietários de cães com dúvidas sobre a doença e em busca de exames, vacinas ou tratamento. Os donos de animais doentes se dividem quanto ao destino dos bichos: alguns preferem sacrificá-los para eliminar qualquer chance de casos humanos. Outros prometem comprar briga com a Secretaria de Saúde para tentar tratar os cães e mantê-los vivos.

Com a conclusão do inquérito sorológico, o governo vai definir um plano para evitar a contaminação de humanos com o protozoário leishmania. O primeiro passo será sacrificar os bichos com resultado positivo para leishmaniose. "A orientação do Ministério da Saúde é a eliminação de todos os animais com sorologia positiva. Os proprietários podem entregá-los à Zoonoses ou fazer o sacrifício em um consultório veterinário particular. Mas é preciso que todos sejam sacrificados", destaca a subsecretária de Vigilância à Saúde, Disney Antezana.

O sacrifício de cães doentes é uma medida polêmica. Especialistas garantem que os animais com resultado positivo para a leishmania podem não estar infectados. Isso porque nos casos de cachorros vacinados contra a doença, os anticorpos se confundem com os protozoários no exame sorológico. "E não é só por causa da vacina. Animais que têm a doença do carrapato, muito comum em cachorros, também podem apresentar falso positivo para leishmaniose", explica a presidente da Sociedade Protetora dos Animais, Simone Lima.

Ela defende o direito de os proprietários realizarem uma contraprova com método diferente do aplicado pela Secretaria de Saúde. "O exame sorológico da Zoonoses não é um diagnóstico definitivo, mas uma indicação de que o cachorro pode estar doente. Há outros métodos mais precisos, como a punção de medula. O proprietário deve ter o direito de realizar uma contraprova caso a sorologia aponte a presença da leishmania", defende a presidente da entidade protetora.

O Manual de Controle e Vigilância da Leishmaniose Visceral, publicação do Ministério da Saúde lançada em 2006 e usada como referência nacional para o combate à doença, não valida exames como a punção de medula. "Em situações em que o proprietário do animal exigir contraprova, essa deverá ser uma prova sorológica, realizada por laboratório da rede", indica o manual do Ministério da Saúde.


O tratamento de cães doentes não é uma medida recomendada porque, segundo o Ministério da Saúde, isso não diminui o risco do cão como reservatório do parasita. "O uso rotineiro de drogas em cães induz à remissão temporária dos sinais clínicos, não previne a ocorrência de recidivas e leva ao risco de selecionar parasitas resistentes às drogas utilizadas para o tratamento humano", aponta o Manual de Controle e Vigilância da Leishmaniose Visceral do Ministério da Saúde.

Tira-dúvidas

1 - Quais são os métodos para detectar a Leishmaniose em cães?

Há pelo menos quatro exames que detectam a leishmaniose em cães. O recomendado pelo Ministério da Saúde é o método da imunofluorescência, que se baseia na detecção de anticorpos antileishmania. No método Elisa, o plasma sangüíneo do animal é analisado. O exame conhecido como PCR, ou Reação em Cadeia de Polimerase, é um dos mais sensíveis. O teste permite a detecção do parasita com amplificação do DNA da leishmania. O último método é o exame parasitológico direto, realizado por meio de punção da medula óssea. Esse exame é o mais preciso: quando dá positivo, não deixa dúvidas quanto à condição do animal.

2 - Existe vacina contra a Leishmaniose canina? Ela é recomendada?

As clínicas veterinárias de Brasília oferecem a vacina Leishmune, fabricada pela empresa Fort Dodge. A recomendação dos veterinários é que os animais tomem três doses, cada uma a um custo de cerca de R$ 80. O produto é regulamentado pelo Ministério da Agricultura, mas não é reconhecido pelo Ministério da Saúde como forma efetiva de prevenir a leishmaniose em humanos. O problema da vacina é que, quando o animal imunizado é submetido a um exame sorológico, ele pode ser apontado como infectado pelo leishmania. Isso porque, na sorologia, os anticorpos se confundem com parasitas ativos. O Ministério da Saúde é contra a vacinação para evitar falsos positivos. A orientação para exames positivos, independentemente se o animal é vacinado ou não, é sempre o sacrifício.

3 - Como proceder em caso de exame positivo para leishmaniose em cães?

A Secretaria de Saúde recomenda que todos os cães com resultado positivo no exame sorológico sejam sacrificados. Os proprietários podem entregar os animais na Zoonoses, que faz a eutanásia com injeção letal, ou recorrer a veterinários particulares, que cobram de R$ 250 a R$ 300 e usam o mesmo método. Já a Sociedade Protetora dos Animais recomenda que, caso o exame sorológico dê positivo, o proprietário faça exames particulares mais acurados, como a punção de medula. O argumento é que o exame sorológico pode apresentar falso positivo. A Secretaria de Saúde defende que a positividade na sorologia já é um resultado suficiente e definitivo para o sacrifício.

4 - É possível combater o mosquito para evitar casos da doença em cães e humanos?

Sim, com medidas de manejo ambiental é possível reduzir a incidência do flebótomo, mosquito transmissor da leishmaniose. A Vigilância Ambiental recomenda que as pessoas evitem deixar galhos e folhas secas acumulados. Galinheiros e canis devem ser mantidos limpos e os proprietários devem evitar manter materiais orgânicos ao ar livre. Onde não há casos humanos, a Secretaria de Saúde não faz aplicação de inseticida.

5 - Quais os sintomas da doença em cães e em humanos?

Os sintomas mais freqüentes em humanos são febre, aumento do volume do fígado e do baço, emagrecimento, complicações cardíacas e circulatórias, desânimo, prostração, apatia e palidez. Pode haver tosse, diarréia, respiração acelerada, hemorragias e sinais de infecções associadas. Quando não tratada, a doença evolui e leva à morte 90% dos doentes.

Nos cães, a leishmaniose causa lesões cutâneas, principalmente descamação e eczema, em particular na região nasal e orelha, que fica com pequenas úlceras. O pêlo fica opaco e o cachorro pode ter coriza, apatia, diarréia, hemorragia intestinal, edema de patas, vômito e crescimento rápido das unhas. Cães infectados podem permanecer sem qualquer sinal clínico por um longo período.


Se não tratada, doença é fatal

A leishmaniose é a segunda causa de morte entre as doenças parasitárias no Brasil. Os impactos do protozoário no corpo humano costumam ser fatais, especialmente em crianças e idosos. A pessoa infectada tem febre, aumento do volume abdominal, inchaço do fígado e do baço. Em casos graves, pode haver rompimento de órgãos. Quando não tratada, leva à morte até 90% dos doentes.

No Hospital Universitário de Brasília (HUB) há um núcleo de estudos sobre leishmaniose. A médica Raimunda Nonata Ribeiro Sampaio, professora do Departamento de Clínica Médica da UnB e integrante do grupo, ressalta a importância do tratamento. "A doença é chamada leishmaniose visceral porque ataca as vísceras. Daí a gravidade dos casos", explica a especialista, que é contra o sacrifício imediato de cães após a sorologia positiva. "Nos países europeus, por exemplo, os cachorros doentes não são eliminados, mas tratados. Aqui no Brasil, isso seria mais complicado, mas é preciso analisar as particularidades de cada caso, em vez de eliminar os animais logo depois da sorologia. Há exames mais sofisticados para detectar o protozoário", acrescenta Raimunda.


Aprendam a reconhecer o Flebótomo, o mosquito transmissor da Leishmania, o protozoário causador da doença.





Dicas de Prevenção e Tratamento







13/08/2010

Lei da Posse Responsável


Substitutivo ao Projeto de Lei n° 121, de 1999

Estabelece a disciplina legal para a propriedade, a posse, o transporte e a guarda responsável de cães.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º 
É livre a criação e reprodução de cães de quaisquer raças em todo o território nacional.
Parágrafo único: Desde que obedeçam às normas de segurança e contenção estabelecidas nesta Lei, os cães poderão transitar em logradouros públicos independentemente de horário.

Art. 2º  
Os cães de qualquer origem, raça e idade serão vacinados anualmente contra raiva, leptospirose e hepatite.
A vacinação será feita sob a supervisão de médico veterinário, que emitirá o respectivo atestado;

§ 1º O atestado de vacinação anti-rábica deve conter dados identificadores do animal, bem como dados sobre a vacina, data e local em que foi processada, sua origem, nome do fabricante, número da partida, validade, dose e via de aplicação.

§ 2º O descumprimento das normas deste artigo sujeita os responsáveis à multa de R$ 50,00 (cento e cinqüenta reais) por dia de descumprimento, ficando o animal sujeito à apreensão pelo poder público.

§ 3º Se quem descumpre a norma é criador ou comerciante de cães, a multa do parágrafo anterior se aplica em dobro.

Art. 3º
Por ocasião da vacinação o médico veterinário, realizará avaliação do animal, levando em conta sua raça, porte, comportamento, declarando seu grau de periculosidade.
Parágrafo único: A avaliação referida no caput será realizada de acordo com as normas de procedimento médico-veterinário, estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária ou órgão que o suceda.

Art. 4º 
O cão, de qualquer raça, que for considerado perigoso na avaliação referida no artigo anterior estará sujeito às seguintes medidas:
I. realização de adestramento adequado, obrigatório;
II. condução em locais públicos ou veículos apenas com a utilização de equipamento de contenção, como guias curtas , coleira com enforcador, caixas especiais para transporte e uso de tranqüilizantes, quando necessário;
III. guarda em condições adequadas à contenção do animal, sob estrita vigilância do responsável, de modo a tornar impossível a evasão;
IV. identificação eletrônica individual e definitiva, através de micro chip projetado especialmente para uso animal, inserido sub-cutaneamente na base do pescoço, na linha média dorsal, entre as escápulas, por profissional credenciado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, obedecendo as seguintes especificações:
a) codificação pré-programada de fábrica e não sujeita a alterações de qualquer ordem;
b) isenção de substâncias tóxicas e uso de material esterilizado desde o fabrico, com prazo de validade indicado;
c) encapsulamento e dimensões que garantam a bio-compatibilidade, e a não migração;
d) decodificação por dispositivo de leitura , que permita a visualização dos códigos do artefato.

Art. 5º
A identificação eletrônica do artigo anterior servirá para a criação e manutenção do Cadastro Nacional de Cães Perigosos, a ser mantido pelas entidades cinófilas nacionais.
Parágrafo único: O cadastro conterá os dados de identificação do cão perigoso e seu proprietário, bem como os dados individualizadores da identificação eletrônica e o registro de controle da vacinação anti-rábica anual.

Art. 6º
O criador, proprietário ou responsável pela guarda do animal responde civil e penalmente pelos danos físicos e materiais, decorrentes de agressão dos animais a qualquer pessoa, seres vivos ou bens de terceiros. 

§ 1º O disposto no caput não se aplica, se a agressão se der em decorrência de invasão ilícita da propriedade que o cão esteja guardando ou se for realizada em legítima defesa de seu condutor.

§ 2º Nos locais em que for necessária, haverá, exposta, em local visível, placa de advertência da presença de animal feroz.

§ 3º Quando o cão for de uso das Forças Armadas ou órgãos de segurança pública, se sujeitará às normas próprias dessas corporações, ressalvados os casos de abuso.

Art. 7º
Se o cão agredir uma pessoa, será imediatamente recolhido e mandado á reavaliação pelo médico veterinário, que, após observação, emitirá parecer sobre o possível desvio de comportamento.

§ 2º Havendo parecer pela impossibilidade de manutenção do cão no convívio social sem risco para outras pessoas, o veterinário poderá emitir parecer recomendando o sacrifício do cão agressor, a ser realizado também por médico veterinário, após a devida sedação.

§ 2º O parecer pela eliminação do animal também poderá ser dado, se houver reincidência em agressão ou sua comprovada habitualidade.

Art. 8º
Havendo o parecer referido no artigo anterior e com ele não concordando o proprietário do animal, poderá a questão ser submetida ao Juizado Especial Cível, em ação própria.
Parágrafo único: No curso do processo, o juiz poderá determinar o recolhimento do animal em estabelecimento apropriado, às expensas do proprietário.

Art. 9º
É vedada a veiculação, por qualquer meio, de propagandas, anúncios ou textos que realcem a ferocidade de cães de quaisquer raças, bem como a associação dessas raças com imagens de violência.

Art. 10º
Acrescenta-se ao Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Penal, o seguinte art. 131-A: "OMISSÃO DE CAUTELA NA GUARDA OU CONDUÇÃO DE ANIMAL PERIGOSO

Art. 131
A. Confiar à guarda de pessoa inexperiente ou menor de 18 (dezoito) anos, guardar ou transportar sem a devida cautela animal perigoso:
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
Parágrafo único: Incorre nas mesmas penas quem:
I. deixa em liberdade animal que sabe ser perigoso;
II. atiça ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia;
III. conduz animal em via pública de modo a pôr em perigo a segurança de outrem ou deixa de observar as medidas legais exigidas para condução de cães considerados perigosos por avaliação veterinária;
IV. deixa de utilizar métodos de contenção, identificação eletrônica ou adestramento de animais perigosos;
V. veicula ou faz veicular propagandas ou anúncios que incentivem a ferocidade e violência de cães de quaisquer raças;
V. utiliza cães em lutas. competições de violência e agressividade ou rinhas."

Art. 11º  
Esta lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias a partir da data de sua publicação.

Sala da Comissão, 22 de setembro de 1999.
Relator: Deputado EDUARDO PAES
Autor da Lei: Dep. Federal Cunha Bueno (PPB/SP)


08/08/2010

Você Está Pronto Para Ter Um Cão?


O texto e a proposta para refletir, feita a seguir, são do adestrador Cesar Milan, o "Encantador de Cães". Que tal ler antes de adquirir um cão?



Você Está Pronto Para Ter Um Cão?
  
Parece ser uma pergunta simples e de fácil resposta, mas temos visto na prática que não é. Para vocês terem uma idéia, estas são as causas mais comuns de reclamações que ouvimos de pessoas que querem dar os seus animais.


O cachorro foi comprado pro meu filho que não cuida dele. Eu nunca quis ter cachorro em casa/apartamento.

É uma grande ilusão esperar que uma criança, ou mesmo um adolescente vá tomar conta de um animal, com todas as responsabilidades que estão envolvidas nesta relação. A maioria dos cachorros é uma ótima companhia para crianças e jovens, mas nem tudo é festa. Cachorros precisam ser alimentados, escovados, educados, banhados, exercitados, e amados com regularidade. Não dá para deixar o cachorro sem comida e sem passear porque apareceu um lugar legal para passar o fim de semana. Os pais devem estar conscientes que quando eles permitem que o filho tenha um animal, eles estão compactuando com esta adoção, e que, desde que o mundo é mundo, os cachorros sobram pros pais.

Se você não quer tomar conta do "neto" peludo diga não e bata pé. Seja firme! Você não precisa ter um animal, e todo o trabalho que vem junto, se você não quiser. Só não vale é deixar e descontar no bicho depois.


O cachorro é um amor, super bonzinho, adoro ele. O único problema é que ele solta pêlos e eu detesto pêlos na casa.

É verdade. Cachorros soltam pêlos. Algumas raças mais do que outras, mas praticamente todos soltam pêlos. Cachorros pequenos não soltam, necessariamente, menos pêlos do que cachorros grandes (mesmo que os grandalhões tenham uma "área" bem maior) e, normalmente, cachorros de pêlo curto soltam muito mais pêlo do que os de pêlo longo. O pêlo curto também é muito mais difícil de limpar do que o pêlo longo.
Algumas pessoas têm alergia a pêlos, meu caso, e embora eu nunca tenha deixado de ter bichos por causa da alergia, o melhor é levar todos os membros da família até o canil da raça que se pretende adquirir e ver quem é mais sensível e, se mesmo assim, está tudo bem.

As raças que possuem o subpêlo (um pelinho mais curto, denso e fofinho junto ao corpo e por baixo do pêlo longo), são os que soltam mais pêlos na primavera e no verão, e que precisam ser escovados para se livrar deste pêlo. 

Todas as vezes que eu ouço uma pessoa dizendo que vai dar o cachorro porque ele solta pêlos, duas imagens me vêem a cabeça: A primeira é de uma pessoa devolvendo uma blusa porque a lã pinica. A outra é de uma pessoa "devolvendo" o marido porque ele também solta pêlos e está ficando careca. Nem tanto ao mar, nem tanto a terra. Mas seria bom que as pessoas se lembrassem que cães tem sentimentos, que se apegam e confiam em seus donos. Eles nunca poderiam imaginar que seriam "devolvidos" simplesmente porque eles soltam pêlos, e que todo amor que eles nos proporcionam não seria levado em consideração.

Na grande maioria dos casos a perda de pêlos ocorre intensamente nos meses da primavera e do outono (os cães estão "trocando de roupa") e uma boa escovada no fim de tarde vai ajudar muito na relação entre o dono e o peludo.



O cachorro chora o dia todo porque está sozinho. O cachorro late e chora a noite toda porque fica sozinho.

Ninguém gosta de ficar sozinho o dia todo. Nem um cachorro. Também não acho que qualquer pessoa iria encarar como sendo agradável a experiência de dormir sozinho no quintal ou trancado na cozinha. Posso entender e respeitar a decisão de uma pessoa que opta por ter um cão que vai ficar o dia todo sozinho, ou que prefere que o cachorro não fique dentro de casa, mas estas pessoas deveriam estar atentas que este não é um processo fácil para um cachorro. Especialmente se ele for um filhote. Cães são animais sociais, criados geneticamente para viver em grupos e se proteger mutuamente durante a noite.

Para tentar minimizar o problema é preciso que o dono reserve algum tempo do seu dia para se dedicar plenamente ao cão. Brincadeiras, carinhos e cuidados só pro peludo irão fazer com que ele sinta que também é parte da família e que também é aceito por esta família. Caso contrário ele irá se sentir como um cão proscrito. Aquele que é obrigado a viver à margem da matilha, sem poder chegar perto e compartilhar do aconchego, calor e segurança do grupo. Também nestes casos, em que os donos passam muitas horas do dia fora de casa, ou que o cachorro irá viver do lado de fora, é mais aconselhável escolher uma raça que seja naturalmente mais independente do que outras. Só não vale depois ficar reclamando que o cachorro não liga muito pro dono e prefere o caseiro.



A proposta para refletir é feita por meio desta avaliação. Ela funciona da seguinte forma:

Antes de decidir ser dono de um cachorro, você deve ler as perguntas e responder. Se as respostas forem “Sim” para cada uma das partes iniciais das dez perguntas e “Não” para a segunda parte (a que está entre parênteses), é porque você está pronto para ser dono de um cão.

As Perguntas:

1- Eu me comprometo a passear com meu cão pelo menos uma hora e meia todos os dias? (Ou somente o deixarei no quintal e concluirei que ele já fez "bastante exercício"?)

2- Estou disposto a aprender como ser um líder de matilha calmo e assertivo com o meu cão? (Ou permitirei que ele faça o que quiser, porque isso é mais fácil?)

3- Estabelecerei regras, limites e restrições claros na minha casa? (Ou permitirei que o cão faça o que quiser, quando quiser?)

4- Vou me comprometer a servir água e alimento a ele? (Ou vou alimentá-lo apenas quando me lembrar?)

5- Darei carinho apenas em momentos adequados e quando meu cão estiver calmo e submisso? (Ou o abraçarei e beijarei quando ele estiver temeroso, agressivo, ou sempre que eu quiser?)

6- Levarei meu cachorro ao veterinário regularmente, sempre que seja necessário lavá-lo, medicá-lo ou vaciná-lo? (Ou só o levarei ao veterinário quando ele estiver doente ou ferido?)

7- Vou providenciar para que o meu cão seja socializado e treinado adequadamente, de modo a não representar m risco a outros animais e seres humanos? (Ou vou torcer para que nada de ruim aconteça e mandar as pessoas saírem de perto?)

8- Limparei a sujeira que o meu cachorro fizer sempre que eu passear com ele? (Ou vou pensar que o coco dele não é problema meu?)

9- Estou disposto a aprender sobre psicologia canina de modo geral e sobre as necessidades específicas da raça do meu cão? (Ou vou tratá-lo como achar que devo?)

10- Comprometo-me a separar uma quantidade de dinheiro caso tenha que chamar um profissional para tratar um problema de comportamento do meu cão ou precise levá-lo ao veterinário com urgência? (Ou ele só vai ter o que eu puder dar no momento?)

01/08/2010

Vídeo Educativo Sobre Cães, Para Crianças.

Este ótimo vídeo educativo sobre cuidados necessários com os animais de estimação foi produzido pela Organização Pan-Americana de Saúde, Organização Mundial de Saúde e Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA). Os vídeos constantes desta compilação são encontrados separadamente no site da WSPA Brasil: http://www.wspabrasil.org .





Mitos e Verdades Sobre a Castração

O Risco do Uso de Anticoncepcionais em Cadelas e Gatas.


A castração ainda é um assunto bastante polêmico para os proprietários de animais de estimação. Está associada à imagem de cães e gatos gordos e letárgicos, "cirurgia cruel", "mutilação do animal", etc.. É preciso desvendar o que há de falso e verdadeiro sobre a castração e entender bem quando ela é recomendada.

"A castração deixa o animal gordo"
Falso. A castração pode causar aumento do apetite, mas se a ingestão de alimento for controlada e o dono não ceder às vontades do animal, o peso será mantido. Observa-se que animais castrados quando jovens, antes de completar 1 ano de vida, apresentam menos sinais de aumento de apetite e menor tendência a se tornarem obesos. A obesidade pós castração é causada, na maioria das vezes, pelo dono e não pela cirurgia.

"A castração deixa o animal bobo"
Falso. O animal ficará letárgico após a castração apenas se adquirir muito peso. Gordo, ele se cansará facilmente e não terá a mesma disposição. A letargia é consequência da obesidade e não da castração em si. Os animais na fase adulta vão, gradativamente, diminuindo a atividade. Muitos associam erroneamente esse fato à castração. 

"A castração mutila o animal, é uma cirurgia cruel!"
Falso. A cirurgia de castração é simples e rápida e o pós operatório bastante tranquilo, principalmente em animais jovens. É utilizada anestesia geral e o animal já está ativo 24 horas após a cirurgia. Não há nenhuma consequência maléfica para o animal que continua a ter vida normal.

"A castração evita câncer na fêmea"
Verdadeiro. As fêmeas castradas antes de 1 ano de idade, têm chance bastante reduzida de desenvolver câncer de mama na fase adulta, se comparado às fêmeas não castradas. A possibilidade de câncer de mama é praticamente zero quando a castração ocorre antes do primeiro cio. A retirada do útero anula a chance de problemas uterinos bastante comuns em cadelas após os 6 anos de idade, cujo tratamento é cirúrgico, com a remoção do órgão.

"O macho castrado não tem interesse pela fêmea"
Falso. Muitos machos castrados continuam a ter interesse por fêmeas, embora ele seja menor comparado a um animal não castrado. Se o macho é castrado e há uma fêmea no cio na casa, ele pode chegar a cruzar com ela normalmente, sem que haja fecundação.

"Castrando os machos eles deixam de fazer xixi pela casa"
Verdadeiro. Uma característica dos machos é demarcar o território com a urina. Se o macho, cão ou gato, for castrado antes de uma ano de idade, ele não demarcará território na fase adulta. A castração é indicada também para animais adultos que demarcam território urinando pela casa.

"Deve-se castrar a fêmea após ela ter dado cria"
Falso. Ao contrário do que alguns pensam, a cadela não fica "frustrada" ou "triste" por não ter tido filhotes. Essa é uma característica humana que não se aplica aos animais. Se considerarmos a prevenção de câncer em glândulas mamárias, ela será 100% eficaz, segundo estudos, se feita antes do primeiro cio. O ideal é castrar o quanto antes. 


Por que castrar os machos?

1. Evitar fugas.
2. Evitar o contrangimento de cães "agarrando" em pernas ou braços de visitas.
3. Evitar demarcação do território (xixi fora do lugar).
4. Evitar agressividade motivada por excitação sexual constante.
5. Evitar tumores testiculares.
6. Controle populacional, evitando o aumento do número de animais de rua.
7. Evitar a perpetuação de doenças geneticamente transmissíveis como epilepsia, displasia coxo-femural, catarata juvenil , etc.. (em animais que tiveram o diagnóstico dessas e outras doenças).

Se levarmos em conta quantas vezes um animal macho terá oportunidade de acasalar durante toda a sua vida reprodutiva, seria mais conveniente diminuir sua atração sexual pelas fêmeas, através da castração. O animal "inteiro" excita-se constantemente a cada odor de fêmea no cio, sem que o acasalamento ocorra, ficando irritado e bastante agitado, motivando a fuga de muitos. O dono precisa vencer o preconceito, algo que é inerente aos humanos e pensar na castração como um benefício para seu animal.


Por que castrar as fêmeas?

1. Evitar acasalamentos indesejáveis, principalmente quando se tem um casal de animais de estimação. 
2. Evitar câncer em glândulas mamárias na fase adulta.
3. Evitar piometra (grave infecção uterina) em fêmeas adultas.
4. Evitar episódios frequentes de "gravidez psicológica" e suas consequências como infecção das tetas. 
5. Evitar cios.
6. Controle populacional, evitando o aumento do número de animais de rua. 
7. Evitar a perpetuação de doenças geneticamente transmissíveis como epilepsia, displasia coxo-femural, catarata juvenil, etc.. (em animais que tiveram o diagnóstico dessas e outras doenças) 

É errado o conceito de que a castração só deve ser feita em cadelas de rua. Se o proprietário não tem intenção de acasalar sua fêmea, seja ela de raça ou não, é desnecessário enfrentar-se cios a cada 6 meses, riscos de gravidez indesejável e, principalmente, de doenças como câncer de mama e piometra. A castração garante uma vida adulta bastante saudával para as fêmeas e bem mais tranquila para os donos. 

Silvia C. Parisi
médica veterinária - (CRMV SP 5532)
silvia.parisi@vidadecao.com.br