29/09/2010

A Linguagem Canina - Parte 1


O texto a seguir e suas continuações foram retirados de um artigo do etólogo, cinólogo e adestrador de cães do Rio de Janeiro e membro da CBKC, Bruno Tausz.


 A Linguagem Canina  

Até, relativamente, bem pouco tempo, a linguagem foi uma das características consideradas como exclusivamente humana. Entretanto, as pessoas que gostam e convivem com animais sempre almejaram um dia compreender as suas linguagens. Em Miami, Flórida, nos EUA, nas piscinas de treinamento de golfinhos os treinadores têm até um estúdio para análise dos sons emitidos por esses mamíferos aquáticos para ensaiar uma comunicação mais direta. Até em filmes de ficção já apresentaram um equipamento que traduzia as linguagens nossa para a deles e vice versa.

A melhor maneira de entender a linguagem dos animais é comparando-a com a evolução da linguagem humana. Nas crianças, a habilidade lingüística se esboça no momento em que elas arquivam algumas palavras e gestos e já começam ensaiar a comunicação de seus desejos e emoções. Psicólogos, que estudam o assunto, utilizaram alguns testes idealizados por Mc Arthur, para avaliar o QI dos chimpanzés Washoe, dos Gardner, e Sarah, de Premack. Nessa pesquisa, concluíram que o QI de um chimpanzé pode ser comparado com o de uma criança de dois anos e meio. Esses primatas conseguiram compreender a utilização de uma ferramenta para recolher alimento. Conseguiram também, diferençar formas geométricas pelo nome.

Num estudo com um papagaio, uma cientista americana, conseguiu que ele reconhecesse uma chave, brinquedo, cubo, lápis e outros objetos pelos seus nomes... e os repetisse, cada vez que lhe apresentassem esses objetos. Com a evolução, ela conseguiu que o papagaio aprendesse a reconhecer e nominar cores, contar e verbalizar o valor dos resultados.

Um cão adulto consegue alcançar o nível intelectual e lingüístico de uma criança de dois anos, dada a sua capacidade de aprender mais de 120 comandos de adestramento diferentes, sendo incapaz de verbalizar, apenas, por razões anatômicas.


A Linguagem Canina
Fisiologia

Para que possamos explicar a expressividade da espécie canina vamos compará-la com as nossas formas de expressão.

O Diálogo Com Humanos

Os Cães


1. Expressão

Para se fazer entender utilizam:
- a voz: o latido, rosnado, uivo, choro, ofego, gemido, ganido, a arfada, o espirro e a tosse;

- a expressão corporal: abaixar a cabeça, abaixar a frente e levantar a garupa, encolher-se, correr, abanar a cauda, rebolar, rodar em círculos, tremer, pular em cima, respiração ofegante com a língua lateralmente pendente, fazer “cara de idiota”, fingir-se de surdo, cheirar insistentemente o solo, avançar à frente quase rastejando em atitude de caça.

- a mímica com atitudes como: olhar fixo, olhar de soslaio, olhar sonolento, olhar de baixo para cima, dar a pata, arranhar a porta, mostrar os dentes, subir no dorso, colocar a pata no pescoço, virar de barriga para cima,

- a fisiologia: excrementos e urina - marcar território, deixar rastros de cio, fazer sobre o excremento dos outros.

- as “provocações”: roer móveis; urinar e defecar em cima da cama; urinar na perna das pessoas; estragar coisas; fugir, quando se chama; puxar na guia; puxar a roupa na corda; destruir as plantas do jardim; tomar a guia das mãos.


2. Percepção

Para nos compreender dispõem de:
- olfato: sendo o mais importante sentido, os cães utilizam, praticamente, para tudo - reconhecimento de coisas, animais e pessoas, busca de objetos, seleção do alimento e medicamento. Os cães dedicam boa parte de suas vidas catalogando odores;

- audição: pelos sons, os cães reconhecem as coisas à distância, quando ainda não conseguem ver ou sentir o cheiro. Os cães têm uma capacidade incrível de memorização de sons: abertura de pacotes e sacolas, ruído de motores de automóvel, diversos tipos de passos, vozes, o ruído de chaves e dos colares de passeio, uma série de palavras-chave tais como - “vombora”, “passear”, “banho”, “sai!”, “vai deitar!”, “já-prá-fora” etc.

- visão: os cães utilizam a visão mais para perceber movimentos, rituais de submissão e apaziguamento, fugas e enfrentamentos do que para reconhecer pessoas ou coisas. O reconhecimento se dá, então, pela coreografia.

- percepção extra-sensorial - através deste sentido os cães podem, “adivinhar” quando seu dono está chegando, diagnosticar doenças, tumores etc., saber da intenção das pessoas e até adivinhar sua morte.

Os caninos já nascem com uma percepção evoluída a ponto de encontrar as tetas da mãe minutos após o nascimento. Rapidamente desenvolvem esta percepção tomando conhecimento dos gestos atávicos e instintivos que lhes permite a percepção/comunicação com os outros.


Os Humanos

Nos servimos da visão, audição, raciocínio a formação cultural para perceber. Para transmitir nossas idéias e desejos utilizamos a voz, o olhar, o gesto, a mímica, o raciocínio a formação cultural, que nos proporciona o desenvolvimento das teorias da comunicação e do condicionamento instrumental. Portando, levamos uma extraordinária vantagem sobre o cão que, bem utilizada, nos coloca, imediatamente, no ápice da pirâmide hierárquica. É mais fácil descermos ao nível do raciocínio canino do que exigir que os cães se elevem até o nosso nível. Se não ficarmos atentos, nos prenderemos aos parâmetros humanos dos "considerando" enquanto o cão age conforme seus instintos.

26/09/2010

A Vacinação dos Filhotes - Protocolo de Vacinação


Caros amigos e amigas,

Como algumas pessoas podem ter dúvidas quanto à vacinação dos filhotes, transcrevo abaixo as orientações a mim fornecidas pela Médica Veterinária Luciana Gaya, parceira deste site. Espero que elas sejam úteis para vocês.


Protocolo de Vacinação de Filhotes


- Entre o 30º e o 45º dia deve ser ministrada a primeira dose de vermífugo.

- 15 dia depois  deve ser ministrada a segunda dose.

- A partir do 45º dia deve ser ministrada a primeira dose da vacina Decupla.

- 30 dias após a primeira dose da Decupla, deve ser ministrada a segunda dose.

- 30 dias após a segunda  dose da Decupla, deve ser ministrada a terceira dose. Junto com esta, deve ser ministrada a vacina Anti-rábica.

- Entre uma a duas semanas após a terceira dose da Decupla, deve-se ministrar a vacina contra Giardia e contra a Traqueobronquite Infecciosa Canina, a “Tosse dos Canís”. Porém, antes da vacinação contra a Giardia, deve ser feito o exame parasitológico do filhote (exame de fezes), pelo método MIF e, se o filhote apresentar este parasita, antes de ser vacinado, deve-se fazer o tratamento específico contra ele para, só então fazer a vacinação. Caso o exame dê negativo, ele pode ser vacinado.

A partir daí, a vacina Decupla e a vacina Anti-rábica devem ser ministradas anualmente.


Observações Importantes:

- Não comprem vacinas em pet shops!
Além de não conhecer a procedência delas, o dono do cão não tem como saber se houve cuidados com sua conservação, o que não oferece segurança quanto à sua eficácia!

- A vacinação deve ser feita por um médico veterinário, que deve colar na Carteitinha de Vacinação as etiquetas dos rótulos das vacinas, assinar e carimbar, com carimbo com seu CRMV. Na falta do carimbo, ele deve escrevê-lo junto com a assinatura.


Resumo do Protocolo de Vacinação de Filhotes:

- 30 a 45 dias: 1ª dose de vermífugo.

- 15 dia depois: 2ª dose de vermífugo.

- A partir de 45 dias: 1a dose da vacina Decupla.

- 30 dias após a 1a dose da Decupla: 2a dose.

- 30 dias após a 1a dose da Decupla: 3a dose. Junto com esta, deve ser ministrada a vacina Anti-rábica

- Uma a duas semanas depois, vacinação contra Giardia e Traqueobronquite Infecciosa Canina, a “Tosse dos Canís”. Porém, antes da vacinação contra a Giardia, fazer o exame parasitológico (MIF) para diagnóstico de Giardia e só minisrar a vacina conra ela, caso ele dê negativo. No caso de dar positivo, o cão deve fazer o tratamento contra ela antes.

A partir daí, a vacina Decupla e a vacina Anti-rábica devem ser ministradas anualmente.

- Não comprar vacinas em pet shops.

- Fazer vacinação com um médico veterinário, que deve colar as etiquetas das vacinas na Carteirinha de Vacinação, assinar e carimbar ou escrever o número do seu CRMV.