29/04/2018

Pesquisa mostra descuido de tutores em relação ao peso de seus pets.



Além da falta de conhecimento dos donos sobre a alimentação dos pets (infelizmente, muitos veterinários não os orientam a respeito - falo porque vários clientes já me disseram isso e a matéria confirma) e muitos não procuram se informar nem, minimamente, observar a tabela com a orientação sobre as quantidades adequadas de ração no verso das embalagens, a sua falta de capacidade de resistir aos pedidos dos cães por mais comida (sua, humana, ou guloseimas) e, muitas vezes, a falta de atividade física adequada, são responsáveis pelo sobrepeso/ obesidade deles.

Reginaldo.


PESQUISA MOSTRA DESCUIDO DE TUTORES EM RELAÇÃO AO PESO DE SEUS PETS

Levantamento aponta os riscos da obesidade para a saúde dos animais
Uma nova pesquisa internacional, realizada com tutores de animais de estimação do Brasil, China, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos, revelou que 54% dos proprietários de gatos e cães sempre ou muitas vezes cedem aos apelos dos pets e oferecem mais alimento quando eles “pedem” por isso e 22%, muitas vezes, oferecem alimento em excesso aos seus pets para mantê-los felizes.

Além disso, apenas 20% medem a quantidade de alimento que oferecem aos animais e 87% dos entrevistados oferecem a quantidade que eles acham que o animal precisa em cada refeição. Há uma compreensão notavelmente pequena da quantidade correta de alimento que os gatos e os cães precisam ou o que eles devem ou não comer e a maioria dos tutores não fazem ideia se o seu animal de estimação está acima do peso ou não.

As estimativas sugerem que 59% dos cães e 52% dos gatos em todo o mundo estão acima do peso. No entanto, na pesquisa, apenas 24% dos tutores de cães descrevem seu animal de estimação com excesso de peso. Quando perguntado se animal exibia algum dos sinais de excesso de peso, 64% indicaram que seu pet, atualmente, tem, pelo menos, um sinal de excesso de peso como, por exemplo, não ser possível sentir as costelas ou ter afrouxado a coleira.

O vínculo emocional entre os tutores e seus animais de estimação pode ser parte do problema. Muitos tutores expressam carinho por meio da alimentação, o que pode facilmente levar o pet a consumir mais calorias do que ele precisa. Na pesquisa, 59% dos tutores de cães e gatos disseram que se sentem recompensados ​​ao alimentar seu animal de estimação e 77% disseram que seu animal fica feliz quando oferecem alimento a ele.

Ainda, foi identificada na pesquisa que 61% dos entrevistados desconheciam que os animais com excesso de peso podem ser suscetíveis a diabetes e doenças ortopédicas e, consequentemente, a redução da qualidade de vida em 53%, ao risco de doença cardíaca em 53% e a um tempo de vida mais curto para 51%.

Os resultados desse estudo foram anunciados durante o Congresso Royal Canin sobre Controle de Peso, que ocorreu no Reino Unido em 21 e 22 de fevereiro. "Como os seres humanos, os pets precisam estar com um peso saudável", destacou o Professor de Medicina Veterinária, da Universidade de Liverpool (Reino Unido), Alex German. Segundo ele, esta é uma questão muito complexa, que exige compreensão e empenho tanto dos tutores quanto dos médicos-veterinários.

Muitas pessoas monitoram seu próprio peso regularmente, porém 40% não sabem o quanto seu gato ou cão pesam e 22% dizem que seu animal de estimação nunca foi pesado. Do total de entrevistados, 72% disseram que seu veterinário havia falado com eles sobre os benefícios emocionais da prática de exercícios e de uma alimentação saudável.

Outra constatação apontou que 67% dos proprietários gostariam que seu veterinário os aconselhasse mais ativamente sobre o peso do animal de estimação e 82% gostariam de ter diretrizes mais claras sobre peso ideal e conselhos para mantê-los aptos e saudáveis. "Nossa pesquisa mostra que os tutores de animais de estimação estão abertos a receber mais orientações sobre como manter seus gatos e cães em forma e saudáveis", comentou a líder Científica de Interação Humano-Animal na Mars Petcare (Estados Unidos), Sandra McCune. Ela declara que o foco do trabalho no Centro de Pesquisas Waltham (Inglaterra) é cada vez mais encontrar maneiras de levar conhecimento aos tutores de como manter seus animais saudáveis e felizes.

Alimentação específica. A escolha de um alimento adequado deve ser cuidadosa, já que a alimentação é uma das principais causas do sobrepeso. É fundamental buscar a orientação de um veterinário, que avaliará uma série de fatores para definir a dieta mais precisa para o pet. Hoje, é possível encontrar no mercado um vasto portfólio de alimentos, com opções que atendem as necessidades nutricionais de cães e gatos com tendência ao ganho de peso ou já em tratamento contra a obesidade.

Amostragem da pesquisa. A pesquisa foi realizada entre janeiro e fevereiro de 2018. A amostragem foi de 5.309 tutores de cães e gatos responsáveis pela saúde e bem-estar de seus animais de estimação. Total de respondentes: Brasil = 1.068 / China = 1.036 / Rússia = 1.111 / Reino Unido = 1.023 / Estados Unidos = 1.071.

Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.

Fonte:


CFMV Destaca Portaria que Normatiza o Tratamento da Leishmaniose.


CFMV Destaca Portaria que Normatiza o Tratamento da Leishmaniose
23/03/2018

Único medicamento disponível no País não elimina a doença completamente

Sem cura definitiva, a Leishmaniose Visceral Canina (LVC) continua sendo uma grave ameaça à saúde pública. Embora não transmitam a doença diretamente a humanos, os cães são o principal reservatório urbano do parasito Leishmania, que infecta pessoas por meio da picada do flebotomíneo conhecido como mosquito-palha.

Por isso, o tratamento de animais infectados com medicamentos que não tenham a eficácia comprovada é proibido no Brasil. O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV, Brasília/DF) defende o cumprimento da Portaria Interministerial nº 1.426, de 11 de julho de 2008, que normatiza o tratamento da LVC no País. A norma, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e do Ministério da Saúde (Brasília/DF), veta o tratamento da leishmaniose em cães doentes com produtos destinados ao uso humano, ou que não sejam registrados no MAPA. Estão incluídos na proibição os chamados “métodos alternativos”, que não eliminam a infecção nem impedem o ciclo de transmissão da doença.

Recentemente, ações judiciais questionaram essa norma, mas não comprometeram a sua validade. Em fevereiro, a Justiça Federal do Mato Grosso do Sul determinou a legalidade da portaria interministerial, reforçando a sua validade como uma das principais diretrizes legais para o combate à doença no Brasil. O médico-veterinário que receitar tratamentos não reconhecidos para a LVC pode sofrer processo ético-profissional no Conselho Regional de Medicina Veterinária do seu Estado.

O único medicamento de uso veterinário contra a leishmaniose registrado no País teve o uso autorizado pelo MAPA em 2016. A droga é capaz de reduzir a transmissibilidade da doença, mas não representa a cura definitiva para o animal infectado. Isso significa que, embora tenha a carga parasitária reduzida e os sintomas amenizados, o cão submetido ao tratamento deverá passar por monitoramento periódico e pode ter que receber novos ciclos do medicamento para que a LVC seja contida.

De acordo com o presidente da Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária (CNSPV), do CFMV, Nélio Batista de Morais, o medicamento voltado para o tratamento da LVC não pode ser considerado uma medida de saúde pública eficaz para a contenção da doença. “O tratamento da leishmaniose visceral é uma questão apenas de proteção individual. Não tem nenhum estudo ainda que possa comprovar algum nível de impacto do tratamento em relação à saúde pública”, explica.


Eutanásia.
Nem todos os cães respondem de maneira satisfatória à terapia e, dependendo do quadro de saúde do animal, o veterinário pode determinar que o medicamento não é uma opção. O alto custo da droga é outro fator que pode inviabilizar o tratamento, que exige acompanhamento veterinário regular e se estende até o fim da vida do animal.

No caso dos animais que não podem ser submetidos ao tratamento, é recomendada a eutanásia. A medida é prevista no decreto nº 51.838 de 14 de março de 1963, que lista as normas técnicas para o combate às leishmanioses. “Os animais infectados que não podem ser tratados são submetidos à eutanásia com base na Resolução nº 1000 do CFMV, com utilização de anestesia e produtos que possam garantir uma morte com o respeito e a dignidade que o animal merece”, ressalta Morais.


Prevenção.
A melhor forma de conter a leishmaniose é por meio da prevenção, com medidas de controle voltadas para proteger o meio ambiente, animais e humanos da ação do inseto vetor da doença. Uso de coleiras repelentes, vacinas, aplicação de inseticidas, proteção de canis com telas e a eliminação de focos do flebotomíneo são algumas das formas de precaução recomendadas.

Os cuidados também são necessários para os cães infectados submetidos a tratamento, já que eles são considerados reservatórios em potencial do parasito. “Essas medidas são de sustentabilidade para um correto tratamento e uma responsabilidade social em relação ao cão e aos impactos que ele possa causar para outros cães e, ainda, para a população”, reforça o profissional.


Fonte: CFMV, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.